terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Matemáticas em contexto: etnomatemática

Muita gente tende(mos) a pensar nas Matemáticas como algo abstracto, puro e, às vezes, longe da realidade; quiçá também pola forma em que recebemos o ensino desta matéria. Mas o certo é que a origem delas estivérom relacionadas com problemas concretos que tinha que solucionar o homem: os avanços no cálculo do número pi em Mesopotamia, por exemplo, tenhem muito a ver com o pagamento de impostos derivados das superfícies das fincas às que havia que lhe calcular a superfície.
Existe umha parte das Matemáticas, relacionadas com outras ciências humanas e sociais, que se ocupa de colocar as matemáticas no seu contexto cultural e social: a etnomatemática, nome acunhado polo matemático brasileiro D'Ambrósio
Assim, à parte de estudar as matemáticas no seu contexto, procura, de acordo com o princípio pedagógico da proximidade para assimilar conceitos, em fazer acessível as matemáticas desde as particularidades culturais de cada povo. Achego-vos aqui um exemplo: um estudo sobre como ensinar geometria a rapazes de étnia ika apoiando-se nos desenhos geométricos das mochilas que levam à aula, repletas de símbolos geométricos que tenhem origem em representaçons de animais, acidentes naturais, etc...
Seguindo esta interessante ideia, parece possível fazer umha adaptaçom à nossa realidade nacional: a cultura tradicional galega poderia ser usada também para o ensino de matemáticas ou física. Poderia-se realizar um trabalho onde estes elementos fossem recolhidos em conjunto para serem usados polos docentes no seu labor explicativo.
Assim, isto serviria para todos os alunos: para aqueles que ainda fai parte da sua realidade diária, serviria como fácil de ponte de acesso aos conhecimentos. Para aqueles outros mais urbanos, e mais alonjados desta realidade, serviria para achegar-se a ela à vez que aprendem Matemáticas ou Física: estas diferenças deveriam ser contempladas nas sequências de aprendizagem, elaboraçons de propostas didácticas, etc.
Para mostrar a potencialidade desta ideia, deixo-vos um par de propostas: para aprender Geometria (áreas e volumes), por exemplo, poderia-se usar a figura do palheiro, que pode adoptar distintas formas, mas que podemos aproximar a um cono. À vez que o alunado aprende Matemáticas, poderiam aprender do processo tradicional da malha. Isto poderia-se combinar também entom com a área de Música, onde os alumos poderia aprender música relacionada com esse processo.
O outro exemplo também está relacionada com a música: o pandeiro (podedes vê-lo e aprender dele aqui) pode servir para aprender tanto as Matemáticas que antes referiamos como Física: se considerarmos a simplificaçom de considerá-lo em vez de cosido em todo o seu perímetro só nas suas 4 esquinas, poderiamos usá-lo para o cálculo e combinaçom de forças em equilíbrio: dadas as tensons T em cada umha de três esquinas, com a sua correspondente direcçom, poderiamos encontrar a correspondente à quarta esquina fazendo sumatório de forças igual a zero em ambas direcçons x e y. Ou para compreender a descomposiçom de vectores, por exemplo.
Assim pois, trata-se de umha proposta aproximativa que trata de conectar as ciências com a realidade de forma interdisciplinar, já que vemos que pode achegar as áreas de Língua e Literatura galega, Música e Matemáticas e/ou Física.


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